...............
“a palavra design funciona, indistintamente, como substantivo e como verbo. Como substantivo significa, entre outras coisas, intenção, plano, propósito, meta, conspiração malévola, conjura, forma, estrutura fundamental, e todas essas significações, junto com muitas outras, está em relação com ardil e malícia. Como verbo – to design – significa, entre outras coisas, tramar algo, fingir, projetar, rascunhar, conformar, proceder estrategicamente”. Flusser
12 comentários:
É interessante que Flusser aborde o poder de comoditização do design, ao contrário do discurso de "agregação de valor", normalmente defendido pela mídia e por nossos pares. O design em nossa época (no mundo capitalista, pelo menos) tornou-se uma commodity, o que levaria à descartabilidade dos artefatos. O que vocês pensam a este respeito?
Eu diria, não "enganar a natureza", pois a natureza é o que é, e não tem como se enganar com ela por mais que tentamos nos iludir com os designos com que a partir dela criamos. O Design é uma faca de dois gumes, tanto é utilizado para enganar quanto para facilitar. Porém o Design de nossa época não é feito com a ética de "agregar valor" e sim é utilizado por esse sistema capitalista hipócrita para enganar e atrair as pessoas de uma maneira inconsciente.
Bem-vindo, Leandro!
Seria bom vc ler o capitulo SOBRE A PALAVRA DESIGN, onde o autor explica o significado de "enganar".
o que mais me fascina em Flusser é a sua vida como " ensaio". Em um ensaio ( no livro "Ficcões Filosóficas") sobre o ensaio ele diz que este " gênero" de escrita, no qual o escritor está totalmente implicado nela, permite que o pensamento seja da vida. Acho que a nossa primeira reunião do grupo de estudo obedeceu um pouco este programa de comentar em tom de " ensaio", ou seja, uma fala em que o pensamento e vida estão implicados. O que vocês acham? Mário
Sim. Mas... há como nao ser assim?
(isto não é uma pergunta retórica, é uma questão mesmo;)
Porque penso que embora os ensaios tenha esta característica de expressão de pensamentos assumidamente condicionados pela experiência pessoal, no fundo nada é neutro. Os pensamentos de vida podem estar menos ou mais explícitos, mas são condicionantes.
Leandro, para Flusser facilitar também é "enganar". Mas concordo com você que associar o design há algo mal não é justo. A vida seria possível sem a intervenção do homem sobre a natureza? Se design é algo maléfico, a humanidade também o é.
Mais tarde, Flusser diz isso mesmo - que "o ser humano é um design contra a natureza". Muito forte isso, não?
Denise, eu jurava que você iria adorar a definição da palavra design, por Flusser :D haha
Mas acho que de todo, ele não é tão injusto conosco em sua tese.
Afinal, transmitimos nosso repertório, nossa visão, nossas opiniões através do design. Reformulamos as teorias, subvertemos o senso comum.
Mas, estaremos novamente formando convenções. E assim para sempre.
O design alicerce de toda cultura é o design que põe tudo à prova, que conspira!
Mas por que isso é mal?
E outra, design para ele é o mesmo que tecnologia - uma forma de agir sobre o natural. Ou seja, é um sentido bem amplo de design. É por isso que não gosto da palavra "malícia", do tom negativo. Mas, se o ser humano é um design contra a natureza, ou seja, a natureza=bom, o artificial=mal. Então, tudo bem!! E viva o artificial. Nossa capacidade de intervir. De criar. Não somos macacos. Somos designers!
Ricardo, cadê nossa Grife, hahahaah
Façamos como os postos e gasolina de uma marca famosa: abasteça aqui e ganhe uma muda de árvore para salvar o planeta!
Postar um comentário